segunda-feira, 20 de agosto de 2012

E assim começa a saga...

Tal como eu previa, este fim de semana foi um tanto ou quanto complicado...


O sábado começou tardio e molengão. Com grande esforço lá me consegui por a mexer e cedo tive a minha primeira prova de resistência... à medida que me ia aproximando da cozinha, ia sentindo cada vez mais aquele aroma intenso e inebriante do café daquela marca demoníaca que começa em Nes e acaba em presso.... Estava o meu homem a tomar o seu delicioso café matinal e eu, ainda ensonada e esfomeada,  já a espumar por café! Já me imaginava com suores frios e tremores mas vá... Não exageremos!

Empenhada em levar a coisa com seriedade lá consegui superar este primeiro desafio e tratei de me entreter com outra coisa e, qual dona de casa prendada, dar início à rotina sabatina de limpezas e arrumações! Depressa o agradável aroma a café tinha sido substituido pelo cheirete a lixívia e outros detergentes. Fui conseguindo manter o corpo abstraído da necessidade de cafeína enquanto nos ocupavamos da faxina.


Despachadas as tarefas enfadonhas chegou o almoço e, no final, mais uma pequena tortura... De barriga bem aconchegada do belo almoço preparado pelo fastástico marido, chegou o momento em que ele, de maldade,  me pergunta se vai um cafezinho! Naaaaaaaaaaaaaaao! Lá saio eu disparada da cozinha, para não assistir ao ritual dele.

Aí sim, comecei a hesitar, estava mesmo com vontade de ceder ao vício. Já começava a sentir aquela dorzinha de cabeça chata, aquela zoeira nos ouvidos e a moleza de quem, apesar de ja estar acordada há umas horas, ainda não tinha despertado para o mundo e para o belo dia de sol que estava.

Fui para o sofá com o objetivo de me entreter um pouco a ver TV. Para variar, não estava a dar nada de jeito. Com pouca vontade de sair, deixei-me estar a fazer zapping até que comecei a escorregar pelo sofá até me deitar e adormecer. Acordei uns belos minutos mais tarde, com a sensação de que a minha cabeça ia explodir. Assim se passou uma bela tarde de sol, no escurinho do quarto, na companhia da almofada e de uma caixa de analgésicos, com o homem a fazer umas festinhas na cabeça, com pena da sua mulher, viciada em fase de recuperação...


Quando dei conta já era domingo! Já pouco faltava para terminar o fim de semana! Determinada em compensar a véspera, fiz um grande esforço para encarar o novo dia. A zoeira continuava e a manhã foi um pouco difícil. À hora de almoço tentei ultrapassar o problema com um descafeinado mas, digam-me o que disserem, não é a mesma coisa. Nem em sabor, nem em efeito... Lá me fui distraindo com uns passeios, uns banhos de sol e visitas à família. À noite, embora ainda cedo, já eu estava cheia de sono, como se não dormisse à 5 dias.


Esta manhã, mal acordei (com aquela sensação de que tinha sido atropelada por um camião) questionei-me se valeria a pena continuar com este pequeno, mas ao mesmo tempo grande, esforço. Sou da opinião de que quando um gosto, um passatempo, ou outra coisa qualquer, se transforma num vício, se de alguma forma condiciona o nosso dia-a-dia, não é algo que nos faça bem! 


Comecei a tomar café há uns anos atrás, por gosto, por me agradar o sabor...  Sem açucar e, por vezes, acompanhado de um chocolatinho amargo. Depressa passou a ser um ritual, diário, várias vezes ao dia, até que num abrir e fechar de olhos se transformou num vício. Há já uns anitos que sinto aquela necessidade absoluta de tomar café para conseguir estar bem.

Por mais que me agrade, não pode continuar assim.


Não tenciono cortar radicalmente, apenas agora no inicio (bela terapia de choque...). O meu objetivo é controlar a necessidade e voltar a fazer do café um gosto. Quero tomar quando me apetece, não quando sinto que tem que ser...

Sem comentários:

Enviar um comentário