sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Pensei que aqui fossemos todos adultos…

Já passei por diversos tipos de situações nos 5 anos em que trabalho na empresa onde estou, umas boas, outras menos boas  e outras verdadeiramente inacreditáveis... Ao fim de 5 anos já começam a ser poucas as situações inacreditáveis por que passo. Já “caí na real”. Não é que não continuem a existir, mas já não me chocam tanto!
A verdade é que eu nunca tinha estado num ambiente destes e tinha formulado uma ideia completamente diferente! Acertei em algumas coisas... É, sem dúvida, um ambiente competitivo no qual temos que dar sempre o litro se queremos chegar a algum lado e onde nunca devemos baixar os braços perante as adversidades. O que eu nunca imaginei foi que, sendo esta uma das maiores empresas a nível nacional, houvesse, por vezes, pessoas a comportarem-se como se ainda estivessem na escolinha primária! Claro que a culpa não é da empresa... é das mentalidades de alguns (vários, por sinal) colaboradores! A empresa bem que investe em eventos e campanhas de team-building, mas, burro velho não aprende línguas...
Sendo este um mundo verdadeiramente competitivo, nunca duvidei que houvesse invejas , ambição e vontade de subir, mas esperava encontrar mais profissionalismo e bom senso. Afinal de contas, aqui somos todos adultos... Mais novos ou mais velhos, temos a obrigação de nos sabermos respeitar e entreajudar, de sermos honestos e transparentes... Ao invés disto, assisto a ataques de birras, ciúmes, amuos, discussões do arco da velha, faltas de ética...
Já me vi no meio de uma discussão sem pés nem cabeça, sem sequer ter pedido para entrar, com alguém que tinha idade para ser minha mãe e que, do alto dos seus largos anos de serviço e falso sentido de autoridade adquirida, desatou a gritar comigo como se não houvesse amanhã, à frente de todos, à espera, certamente, que eu metesse o rabinho entre as pernas e dissesse “sim mestre”. Pois com estas coisas eu não consigo pactuar! Tenha a pessoa um nível hierárquico igual, inferior ou superior ao meu.
Já me vi também no meio de algumas alhadas, por meter o nariz onde não fui chamada... Não suporto assisistir à forma como alguns colegas são tratados, inescrupulosamente, pelas suas chefias! Mexe comigo! Sejamos o fim da hierarquia, sejamos o topo, volto a dizer, somos todos adultos!
Depois há aqueles seres que a todo o custo querem progredir. Eu quero progredir, apoio qualquer colega que me diga que quer chegar mais longe! Pena é que muitos fazem-no de uma forma que ultrapassa o limite da moral e da ética. É atropelando os outros que esta gente se vê a subir. Pois, para muitos, o medo irracional de falharem, ou a falta de vontade de se empenharem devidamente, leva-os a tentar abafar o talento dos outros que os rodeiam. Muitos têm medo de competir e de perder e, por isso, à mínima coisa, metem logo as garras de fora...
Outra coisa que também me tem desiludido é a competência das pessoas, ou a falta dela... Mais uma vez, voltamos ao tempo da escolinha em que muitas vezes não nos apetecia fazer nada, passávamos as aulas todas na conversa e só nos calávamos quando o professor olhava para nós. Pois essas imagens estão presentes no meu dia-a-dia! Gente que passa o dia a fazer que trabalha e a falar, falar, falar,... Ou ponho os phones nos ouvidos, ou passo o dia a ouvir falar no episódio da novela que deu ontem à noite, ou no número de calorias que ingeriram no almoço de há seis meses atrás... Quando passa o chefe, fica tudo com aquele ar de quem está  compenetrado e ocupadíssimo! (Sim, também os oiço muitas vezes queixarem-se que trabalham imenso e que não são reconhecidos pelo que fazem e, a minha favorita, só podem estar marcados e queimados pelos chefes...). Mas isto é no que dar trabalhar num escritório em open space, com diversas equipas, responsabilidades e tipos de trabalho diferentes.
Pelo menos, e agradeço todos os dias por isso, tenho a sorte de estar numa equipa extraordinária! Temos grande espírito de equipa e a nossa chefia não podia ser melhor... é o que me aguenta e me faz gostar de lá trabalhar, porque o egoísmo a que assisto à minha volta, por vezes, dá cabo de mim!

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